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Home oyster: você sabe o que é?

Trabalhar à distância, trabalhar em casa, trabalhar em qualquer lugar. O home office já faz parte de grande parte da rotina dos trabalhadores hoje em dia. E no home oyster, você já ouviu falar?

Oyster é uma palavra de origem inglesa que significa ostra. Então qual a relação dela com o trabalho?

Na modalidade de trabalho do home office o colaborador fica fechado em seu mundo – em sua “ostra” – de forma que não há o contato pessoal com os demais colaboradores da empresa. Não há a interação social nos corredores; o convívio corriqueiro na hora do café; a casualidade fortuita para discutir sobre determinado projeto; nem o bate-papo ocasional que, muitas vezes, ajuda a aflorar a criatividade e impulsiona o rendimento no trabalho.

É claro que no atual momento de pandemia a implementação do home office se fez e faz necessária para algumas atividades e alguns colaboradores. Uma pesquisa realizada pela RH pra Você em conjunto com a SocialBase, em setembro desse ano, aponta que, dos 475 entrevistados, mais de 70% não atuavam em home office e passaram a fazê-lo durante a pandemia. A grande questão nesse caso é: a longo prazo, seria essa modalidade a mais correta a ser utilizada pelas empresas?

Em seu artigo sobre o tema, Mariano Andrade afirma que “[…] as empresas que adotarem home office para sempre, ou home office para certos times certamente perderão em criatividade coletiva.” Individualmente o home office pode ter muito a oferecer, quando se trata de aumento de produtividade. O mesmo não se pode dizer quando se trata do senso coletivo de trabalho.

Andrade assente que “[…] a produtividade coletiva é péssima. As reuniões virtuais são ineficientes, é mais difícil controlar os horários, há uma formalização desnecessária para todos os assuntos (“call” para tudo, mesmo para assuntos que demandariam um bate-papo de 2 minutos presencialmente). […] Trabalhar em ambiente tipo “ostra” inibe a otimização do uso do cérebro”.

As pessoas que estão em home office desde o início da pandemia vivenciam essa modalidade de trabalho há mais de sete meses e as primeiras queixas dessa ostra laborativa já foram relatadas. Uma pesquisa realizada pela consultoria Cushman e Wakefield em junho desse ano relatou que a quantidade de trabalhadores que procuravam por serviços psicológicos para cuidar da saúde mental passou de 2,2 milhões, antes do coronavírus, para 8,1 milhões, após o início da pandemia.

A pesquisa ponderou também que as principais causas de transtorno da saúde mental reportadas aos médicos são: ansiedade (35,09%); depressão (9,92%); psicologia clínica (8,22%); e questões relacionadas à família (2,92%). Destaca-se que somente 2,72% dos entrevistados procuraram auxílio psicológico em razão da dificuldade de adaptação ao home office.

Como se percebe, à primeira vista, o que parecia ser uma modalidade de trabalho cheia de benesses não é bem a realidade. Fato é: toda espécie de trabalho possui pontos positivos e negativos. A principal questão, quando se fala de home oyster, ops, home office, é que a gestão empresarial se atenha para além do exercício do trabalho. Deve-se analisar, também, a saúde e o bem-estar do colaborador, afinal, são pessoas felizes e bem dispostas que produzem mais e não o contrário.

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